Adeus antropológico

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Ficamos vivendo nossas vidinhas esperando por momentos extraordinários, com a impressão de que muitas vezes nada acontece. Mas as coisas vão acontecendo por mais que a gente não perceba.
E agora se foi Lévi-Strauss (não, não estou falando da marca de calças jeans!!!). Não sou do tipo de gente que não espera pela morte, que vê as coisas e pessoas como imortais, mas é muito assustador quando os bons se vão. E neste ano já tinha ído Pina Baush... O antropólogo e velhinho ia aniversariar no final do mês. É, é uma pena!!!!

Em 1999, quando entrei no curso de Ciências Sociais, nunca imaginava que esses "homens-livro" mudariam tanto minha vida. Nunca fui muito fã dos estudos sobre índios, mas Lévi-Strauss é fundamental! Fundamental para entender as funções sociológicas dos mitos, as relações de parentesco, o quanto é triste nossos trópicos e até pra entender Caetano Veloso quando ele diz que a Baia de Guanabara "pareceu-lhe uma boca banguela", na música "Estrangeiro".

Não consigo entender quem passa pelas ciências sociais e não se encanta pela antropologia... eu escolhi seguir com os estudos em política, mas até hoje a antropologia é aquela tia bacana que me explica as coisas de uma maneira mais próxima do que explicam os pais.

“O antropólogo é o astrônomo das ciências sociais: ele está encarregado de descobrir um sentido para as configurações muito diferentes, por sua ordem de grandeza e seu afastamento, das que estão imediatamente próximas do observador.” - “Anthropologie Structurale”, 1967.

1 Flâneurs:

Malu Andrade disse...

eu no começo tive implicancia com o velhinho,devido a discussão eterna entre a antropologia e a historia, estrutura ou contexto? mas vi com Lilia Schwartz e Braudel que é possivel os 2, a tal regiao de fronteira e me encantei pelo seu estruturalismo.
parece que ele até hj mantinha um programa na radio francesa, tipo Le Goff ( que ai, se vai logo logo tb!)