Homens à beira de um ataque de nervos

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Não fui eu quem disse, foi o Xico Sá. Mas eu já vinha pensando sobre isso há algum tempo e foi muito confortante ver um homem confirmando - a sua maneira, claro - minhas idéias.

"Queremos voltar a ser úteis, imploro, repito. Queremos prestar de novo. Mulheres, escutem o nosso grito. Ouviram do Ipiranga, da Pampulha, do Capibaribe, das margens do Jaguaribe? Ouviram?

Não se trata de mais uma cantada genérica. Cantar é fácil. Qualquer mané o faz. A grande arte de um homem começa quando a cantada dá certo, ouviram, rapazes? Sim, o feitio de oração, o devotar-se, como insisto aqui nesta campanha permanente.

E nesse quesito, amigos, quem mais se aproxima da nota dez é quem atende todos os pedidos, ou quase. Mesmo que seja uma daquelas gazelas que adoram ser mimadas 24 horas, filha única, carente, voz manhosa de Marilyn Monroe no faroeste Os Desajustados.
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No restante dos ofícios, elas possuem dotes e consolos materiais e filosóficos. Nem a massagem do cansaço noturno passa mais por nossas mãos rudes - tem sempre um japa do ramo que já resolveu a parada antes
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A conta

Nesse critério, de nos tornar um pouco úteis, de deixar o macho se sentindo vivo e importante, queremos a chance de saber que na vida ainda existe almoço de graça. Deixem que o homem pague, mesmo que você seja aquela super-poderosa mulher que comanda uma plataforma de petróleo ou que tenha nascido da costela do Onasis.

Queremos a chance de atender os seus pedidos. Uma das maiores virtudes de uma fêmea é arte de pedir, não acha?
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Um simples "posso pegar essa cadeira, moço?" vira um épico. É o jeito de pedir, o ritmo caliente da interrogação, a certeza de um "sim" estampado na covinha do sorriso. Pede que eu dou, meu amor, eis o mantra aqui repetido.

Pede todas as jóias da Tiffany´s, minha bonequinha de luxo! Estou pedindo: pede! É uma campanha permanente, por isso repito parte de uma velha crônica de costumes dirigida especificamente a uma moça.

Eu imploro, eu lhe peço todos os seus pedidos mais difíceis. Pede Chanel, pede Louis Vuitton, pede que eu compro nem que seja no camelô. Não me pede nada simples, faz favor. Já que vai pedir, que peça alto. Você merece.

Como é lindo uma mulher pedindo o impossível, o que não está ao alcance, o que não está dentro das nossas posses. Podemos não ter onde cair morto, mas damos um jeito, um truque, um cheque sem fundos.

Até aqueles pedidos silenciosos, quando amarra a fitinha do Senhor do Bonfim no braço, são lindamente barulhentos. Homem que é homem vira o gênio da lâmpada diante de uma mulher que pede o impossível.

Ah, quero o batom vermelho dos teus pedidos mais obscenos, como um Wando, como o poeta mais brega ou como o T.S.Eliot. Quero o gloss renovado de todas as vezes que me pede para fazer um pedido, assim, quase sussurrando no ouvido: "Amor, posso te pedir uma coisa? Posso mesmo?"

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Mesmo as que têm mais poder de posse que todos nós não escapam de um belo pedido. Com estas, as mais poderosas, tem ainda mais graça. Elas pedem só por esporte, o que não lhes comprometem a pose e muito menos a independência.
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Não é questão de poder ou dinheiro. O charme e o que importa é o pedido em si, o romantismo que há guardado no ato. Os melhores cremes da Lancôme? Vou a Paris agora. Estou pronto.

Eu lhe peço: me pede.
Café da manhã na cama todas as manhãs? Já estou arrumando os potinhos de geléia e de olho na cafeteira mais moderna, mais "da hora".


& MODINHAS DE FÊMEA


Champanhe todas as noites.

Sim, terá, e sempre à luz de velas, não qualquer espumante, aquele da marca da nobre viúva.
Que eu abra a porta do carro, sem que você corra risco de parecer uma nostálgica? Abre-te Sésamo!
Puxar a cadeira? Só se for agora.
Reservar mesa para jantar fora? Acabei de providenciar, meu anjinho barroco.
Peço: me pede! Não pede mimos baratos, pede atenção, por exemplo, essa mercadoria tão cara e tão em falta no mundo de homens e mulheres".

I troféu Bruno Aleixo!

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Tenho a honra de lançar o troféu Bruno Aleixo!
O magnânimo prêmio se destina a contemplar as cagadas mais unânimes, aquelas de fazer inveja a qualquer lusitano!
Afinal, pra fazer merda de dar vergonha alheia, tem que ser muito bom!!!!!

Aberta a primeira votação do troféu Bruno Aleixo! Votem naquela pessoa que merece sentar ao lado do menino Bruno na escola e chamar de sapatona a Olinda! (Não fui eu quem disse, foi o Vasco!!!)


Deus ajuda quem... trabalha!

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Essa semana: Congresso sobre Pierre Clastres, falas sobre arte, ciganos contra-estado.... Congresso de cinema, informações novas, idéias novas, portas novas pra velhos problemas. E meu doutorado começa a andar com as próprias pernas! É como ter um filho!...

Encontros e reencontros. Neide, Caio, PUC, USP, meus sobrinhos falsos, meus irmãos de santo... Voltei de fato para o Brasil!
Acabou meu inferno astral e meu ano começa. E minhas moedinhas furadas vão voltar pra casa - danadas! Como se não bastasse ter um cachorro danado!
No final desta semana muito prosecco pelo novo mestre Lelê! Meu compulsivo querido!

E minhas filhinhas!... Meus olhares nada católicos sobre o catolicismo espanhol que viraram exposição! Orgulho-me de mim mesma sem o menor pudor!




Me fui....

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Só porque eu adoro, porque eu não páro de ouvir e porque é isso mesmo!




Me fui, pa echarte de menos
me fui, pa volver de nuevo
me fui, pa estar sola
me fui

porque estaba tan cerca, casi tan cerca
que no puedo ver lo que tengo cerca de mis ojos.
Mis manos, que ya no son manos y pienso en vano
que un dia vuelvan a darme la vida.

Me estoy echando contra los ojos de otro muchacho
que al menos cuando me mira me hace reirme un rato,
porque los tuyos estan tan lejos de mi
que casi no puedo mirarlos

Mientras... ¿donde estabas cuando te llamaba?
¿donde estabas cuando te llamaba?
¿donde estabas cuando mi voz se hacia tan pequeña
que no salia y se ahogaba en una habitacion
o dentro de mi?
¿Donde estabas cuando dormias a mi lado y yo no podia dormir?
¿Donde estabas cuando te escuchaba palabras que no creias ni tu?
Entre tanta mierda, dime, ¿donde estabas tu?

¿donde estabas cuando te llamaba?
por eso me fui
pa echarte de menos
me fui, pa volver de nuevo
me fui pa estar sola
me fui, por eso me fui
pa echarte de menos
me fui, pa volver de nuevo
me fui pa estar sola,
me fui

¿donde estabas cuando te llamaba?
por eso me fui
pa echarte de menos
me fui, pa volver de nuevo
por eso me fui, pa estar sola
me fui, pa volver a hacerlo de nuevo otra vez.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Estou de volta....
De volta às coisas boas e ruins. Mas parece que o foco de luz está mirando só as ruins... Paciência!

É preciso ter paciência com a vida, com as pessoas e comigo mesma.
Sei que vou me acostumar, como sempre. E no final vou até achar legal... mas com certeza nunca mais vou me esquecer de nada, de nenhum minuto, de nenhuma risada, de nenhuma lágrima.
Todas as pessoas estarão sempre comigo, mesmo aquelas que eu nunca soube o nome, mas que fizeram toda a diferença.
Tanta coisa mudou....

Paciência com a nova vida cheia de coisas velhas.
Paciência com o tempo que tarda a passar.
Paciência com minha bagunça interior e exterior....
paciência com meu cachorro.

Mas sei que nada será como antes.... sei que eu não sou como antes.... voltei pra mesma vida, mas a encontrei totalmente fora de lugar. E eu já não sei mais onde eu quero estar.
Não sabia mais qual era minha gaveta de calcinhas!!!!!

Falando baixo, falando pouco (com algumas exceções), olhando muito, sorrindo muito, poucas risadas e escassas lágrimas. Nunca adiantou chorar... nenhum choro me poupou. Parece que não preciso mais dele. A vontade vem como um espasmo, breve e forte!

E pra quê fórmulas da juventude se me sinto mais velha? 7 anos em 7 meses.
Os trinta anos chegaram. E eu não os nego. E eu digo "sim" a tudo isso!