Coisa de quem não tem amigos...

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Não ter amigos pode ser tão perigoso para a saúde como fumar ou consumir álcool em excesso, diz um estudo de cientistas americanos publicado hoje no site da revista "PLoS Medicine".

Os especialistas asseguram que o isolamento é ruim para a saúde e, no entanto, esta é uma tendência cada vez maior em um mundo industrializado no qual "a quantidade e a qualidade das relações sociais estão diminuindo enormemente".

Estudos prévios demonstraram que as pessoas com menos relações sociais morrem antes daqueles que se relacionam mais com amigos, conhecidos e parentes.
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Após analisar os dados de 308.849 indivíduos acompanhados durante uma média de 7,5 anos, os cientistas descobriram que as pessoas com mais relações sociais têm 50% mais chances de sobrevivência do que quem se relaciona menos com outras pessoas.

Segundo os especialistas da Universidade Brigham Young, do estado do Utah, e do Departamento de Epidemiologia da Universidade da Carolina do Norte que participaram do estudo, a importância de ter uma boa rede de amigos e boas relações familiares "é comparável a deixar de fumar e supera muitos fatores de risco como a obesidade e a inatividade física".
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"A medicina contemporânea poderia se beneficiar do reconhecimento de que as relações sociais influem nos resultados de saúde dos adultos", apontam os responsáveis pelo estudo, para quem médicos e educadores poderiam advertir sobre a importância da relações sociais da mesma forma que defendem o antitabagismo, uma dieta saudável e a realização de exercícios.

Adelante Furia!!!!!!!!!!

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Eu já disse aqui que tenho acompanhado (muito) essa Copa. Estou adorando tudo: as zebras, as gozações (Save the Galvoes, "um dunga, onze sonecas e 190 milhões de zangados", ou que o Bruno deveria ter sido convocado porque ele é melhor no mata-mata) e PRINCIPALMENTE A FINAL! Final de times que nunca foram campeões, como disse a minha comparsa Neide, "a final dos desesperados", e só isso já cria uma boa expectativa para a final!!!

A minha torcida acho que é óbvia... LA FURIA ROJA!!!!!!!!
Primeiro porque acho uma afronta à África a Holanda, os colonizadores, levarem a sua primeira Copa no continente que eles ajudaram a destruir!
Mas, claro, além de ser contra a Holanda, SOY ESPAÑA!!!! Poderia enumerar muitos motivos (minha ascendência, meu trabalho, minha vida nos últimos anos....), mas hoje o maior de todos os motivos "es la fiesta"!
Como disse minha mãe, tenho "espírito de polvo" e fui a única que apostou na Espanha no bolão. Já escuto o tilintar das moedas caindo no meu cofrinho!!!! Mas qual não é minha sorte em ter espanhóis na minha casa, vivendo comigo as finais da Copa que pode ser deles!!!!!!

Como eu não posso estar na Espanha pra bebemorar, tenho meus "espanhóis em cativeiro" que aumentam meus motivos pra bebemorar a Espanha na final - e fazem com que muitos amigos se juntem a nós!
Está sendo melhor do que o Brasil na final, mais inusitado e festivo... e além disso estamos sentindo como se estivessemos numa "Copa Particular"!!!!
Olééééééééé!!!!





Ieca!

terça-feira, 6 de julho de 2010

nojo

s. m.
1.Repulsão do estômago; repugnância; náusea.
2. Fig. Tédio, aborrecimento.
3. Luto.

Tenho nojo
de barata, rato, de vísceras cruas.
Mas devo confessar que também tenho nojo de pessoas. Nojo, mesmo! - sinto a repugnância, a náusea, o "luto". Sinto nojo de pessoas presentes ou das lembranças que tenho delas, nojo da voz, nojo do jeito. Não, não tenho nojo do morador de rua, do moleque "crackero", tenho nojo de pessoas limpas e educadas, que falam manso e se vestem bem. E o pior: quanto mais reais em mim, maior o nojo - afinal, posso "senti-las" e isso torna tão real o estâmago embrulhando!

Não, não acho isso bonito, mas é muito real!...

José

sexta-feira, 2 de julho de 2010

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio
e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?

Carlos Drummond de Andrade