Eterno retorno

domingo, 26 de setembro de 2010

E se um dia ou uma noite um demônio se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse: "Esta vida, assim como tu vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes: e não haverá nela nada de novo, cada dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro e tudo o que há de indivisivelmente pequeno e de grande em tua vida há de te retornar, e tudo na mesma ordem e sequência - e do mesmo modo esta aranha e este luar entre as árvores, e do mesmo modo este instante e eu próprio. A eterna ampulheta da existência será sempre virada outra vez - e tu com ela, poeirinha da poeira!". Não te lançarias ao chão e rangerias os dentes e amaldiçoarias o demônio que te falasses assim? Ou viveste alguma vez um instante descomunal, em que lhe responderías: "Tu és um deus e nunca ouvi nada mais divino!" Se esse pensamento adquirisse poder sobre ti, assim como tu és, ele te transformaria e talvez te triturasse: a pergunta diante de tudo e de cada coisa: "Quero isto ainda uma vez e inúmeras vezes?" pesaria como o mais pesado dos pesos sobre o teu agir! Ou, então, como terias de ficar de bem contigo e mesmo com a vida, para não desejar nada mais do que essa última, eterna confirmação e chancela?"

Nietzsche, em "A Gaia Ciência"

domingo, 12 de setembro de 2010

É sempre assim: quando o real é muito intenso, o virtual perde importância. Há muito mais virtualidade do que se pode imaginar, coisas e pessoas que só ficaram na lembrança e que de tão sem importância nem são lembradas.

E se foi a Copa. E se foram as noites de samba, as viagens, a condição de Saci... Ficou a cicatriz, o apito na porta giratória do banco, fotos e vídeos. Tudo isso torna esses meses muito reais e mostra importâncias e desimportâncias.

E seguimos... com planos e passados em comum e com muita esperança de nos reencontrarmos. Em qualquer lugar, desde que seja em breve!...