E a lembrança ainda não é passado...

sábado, 19 de julho de 2008

Encontrei este texto antigo... e mesmo que hoje minha vida esteja em outro lugar, todo ele faz tanto sentido ainda... Será que um dia será mesmo só um registro do passado?

Engraçado como a gente se engana.
Uma bela manhã de sol, e pum: ele ta fora da sua vida. Logo ele que tinha te enchido de planos, apelidos e responsabilidades. Fazer o quê?... A gente se engana. Ou muda de idéia, o que parece mais aceitável principalmente para quem não vai voltar atrás.

Aí se fecham as portas do elevador e você ganha as ruas, perde uns quilos, evita lugares, músicas, e comidas pra tentar não lembrar do que já não existe mais. "Saia da minha vida pra sempre, por favor", você pensa. E espera: "apenas seja cordial se nos encontrarmos sem querer num bar, numa noite, numa esquina, num outro equívoco da vida que nos coloque frente à frente".
E de uma hora pra outra, os bilhetes, as confissões, fotos, risadas, histórias secretas de família, tudo, vira lembrança. E agora tome coragem pra encaixotar tudo, queimar lembranças, dar aquela camiseta que lembra ele pro porteiro...
Maldita manhã de sol!

A gente se engana mesmo, engraçado.
Então você que era o centro, é posto de lado e cai no esquecimento antes mesmo de poder cicatrizar. Sarcástico isso de um dia amar. Amar e esquecer. Amar e não pensar. E agora ter que usar o nome inteiro ao telefone para poder se identificar. Em pensamento, você diz: "o que existe hoje você nem conhece, nem imagina que eu tinha decidido nunca mais beijar outra pessoa, só você, mas aí você vem e estraga tudo…"

Aí, olhando pra trás vejo que dele só herdei água tônica, jazz e sashimis. Nada mais. E a sensação de um tempo de erros. E desse jeito vamos deixando tudo passar. Porque amar alguém é engraçado. É apostar sabendo que vai perder, e nem se importar com isso. Pior é ter que nascer para outra vida num parto à forceps, mas com a memória da vida passada - quase um espiritismo amoroso, onde você paga agora o que fez de errado no passado. Lembranças de beijo, amasso gostoso, apelido guardado.
Nada tangível. Aconteceu ou eu terei imaginado?

Nelson Rodrigues tem toda a razão, "qualquer um de nós já amou errado".

Vou-me embora para Patagônia

terça-feira, 8 de julho de 2008

Estou em surto!!!!!
Primeiros dias de férias e eu QUERO VIAJAR!!!!!!
Vocês acham que o nome deste blog é "No mundo a passeio", por quê???? Porque eu tenho pulga na calcinha, não páro quieta, abro mão de bens materiais e seguranças emocionais por uma viagem - e nem precisa ser uma viagem sensacional.
Mas o mundo anda tão complicado, como diria a Legião Urbana... viajar em julho é quase impossível, está tudo caro, tudo lotado... pior que julho, só reveillon e carnaval! E então eu fico aqui em casa, pensando em milhões de lugares para os quais eu quero um dia ir e tentando achar um para o qual eu conseguiria ir agora, em julho, aqui por perto, baratinho... sei lá, qualquer coisa!

Em meio a esse surto, resmungando com a Crix (carioca e correspondente deste blog), comecei a listar os lugares para os quais eu quero ir e meu quase ímpeto de pegar um busão no final de semana fazendo jus à minha fama de mochileira. E então veio meu maior sonho: PATAGÔNIA.
Sim! Um dos meus maiores sonhos é ir pra Patagônia, tanto que nem consigo realizar, porque quando se tem um grande sonho, parece que seus membros paralisam e o impedem de realizar.




Na minha cabeça, a Patagônia é tão perfeita quanto a Pasárgada era para Manuel Bandeira (um dos meus ídolos). E, como estamos em época de Flip, resolvi tornar público um versinho que eu fiz ainda no colégio e que se tornou um mantra na minha vida:

"Vou-me embora para a Patagônia
Lá sou amiga do Rei
Lá tenho o pingüin que quero
Na geleira que escolherei
Vou-me embora para a Patagônia"