Cinema, livro e música pra falar de amor

domingo, 7 de setembro de 2008

Depois de uma semana de resfriados e muito trabalho, resolvi ficar em casa no sábado à noite - trabalhando!
Enquanto trabalhava, o Iago ficou deitado na cama e a TV ligada no filme "Efeito Borboleta". O filme não tem nada de extraordinário e consegui acompanha-lo enquanto trabalhava e falava com o Iago... E ainda assim filosofei sobre o filme.

Quem já assistiu "Efeito Borboleta" vai entender rapidinho o que eu vou dizer. E quem não assistiu, também. O filme versa sobre a velha vontade da humanidade de mudar o futuro, mas para isso o filme muda o passado do personagem. Nada inédito, a trilogia "De volta para o futuro" já fez isso (e muitos outros também devem ter feito). Para a coisa ficar mais cult, o filme cria uma série de possibilidades de vida do personagem principal, ocasionadas por simples atitudes na infância, atitudes bobinhas de ir brincar na casa do amiguinho, ou não ir. De cometer uma infração inconseqüente quando adolescente, ou não cometer. Assim, o filme se aproxima da idéia de que um tufão pode se formar em decorrência do bater das asas de uma borboleta, do outro lado do mundo.

Mas duas são as coisas que me chamaram atenção no filme - duas coisas universais. A primeiras é a vontade incontrolável do homem de saber seu futuro, de conhece-lo, mas claro, para muda-lo.
É essa vontade que faz com que as pessoas procurem cartomantes, videntes, pagés, mães-de-santo... O homem quer saber o seu futuro, quer saber se vai realizar os desejos que tem no presente. Mas se fosse apenas curiosidade, as pessoas esperariam... mas não se pode esperar!!! É preciso saber agora o que vai acontecer, para poder mudar o futuro, caso ele não agrade. E por isso as sociedades modernas ocidentais não entendem nem o oriente e nem as sociedades tribais. Uma simples desconexão com relação a interpretação do tempo.
E pra quem é superior aos misticismos, a medicina tem feito a mesma coisa. É preciso saber se o feto que vai nascer daqui 9 meses tem algum problema, para que possamos arrumar tudo antes dele vir ao mundo. Assim, por alguns meses a mãe terá o filho que ela quis - e depois passará a vida inteira se frustando porque filho nenhum é exatamente o que os pais imaginaram!

Mas tem outra coisa no filme que me chamou atenção. O personagem principal muda o rumo da vida dele e dos que o cerca várias vezes, mas tendo como centro quase sempre a menina que ele gostou na infância. Sua vontade era deixar tudo perfeito para que no futuro eles tivessem uma vida feliz, mas o plano dele dá errado muitas vezes, até que ele encontra a solução: tirar a menina da vida dele, já na infância. E assim ele tira o amor da vida dele e com racionalidade ele acaba o filme, e bem!
E com esse discursinho pseudo-intelectual o filme coloca na cabeça de seus espectadores que todos seus problemas se resolveriam se não se perdesse a razão por amar alguém, quase um "Admirável Mundo Novo".

Não!!!! Eu não acho que se deva perder tempo com o filme... Melhor ler o "Admirável Mundo Novo", que com quase 80 anos de idade é muito melhor que o filme da borboleta, de 2004.
Mas, caro leitor, se alguma vez você for tomado por uma vontade de nunca ter amado alguém, como no filme "Brilho Eterno de uma mente sem lembranças" (esse sim, excelente filme), escute TESTAMENTO, de Toquinho e Vinícius de Moraes, pelo menos dez vezes, antes de tomar qualquer decisão!!!!

Para conhecer a música, ou recorda-la: Youtube!!!!

Mantra do dia: Vinícius de Moraes pode ter insistido MUITO no erro se casando NOVE VEZES, mas ele ganhou muito dinheiro e se imortalizou com suas brincadeiras. Alguma coisa ele devia saber!

2 Flâneurs:

FM disse...

Admirável mundo novo é um dos meus livros preferidos e Brilho Eterno... é um dos mais bonitos filmes de amor que já vi. Contudo, gosto de Efeito Borboleta e do seu final pseudo-cult-piegas: amar tanto alguém a ponto de sair completamente da vida desta pessoa pra que ela possa ter uma boa vida. Ah, isso é brega mais é bonito, vai?

Unknown disse...

Eu já assiti o filme Efeito Borboleta e vejo uma coisa diferente e nada relacionada a amor não acho que é essa a mensagem que o filme passa, acho que se você notar ele volta ao passado para mudar várias vezes o futuro,ou seja pequenas ações feitas hoje pode ser um tanto fatais futuramente, meio que do tipo você é hoje o reflexo de suas escolhas no passado, algo mais ou menos assim, mas acho um tanto interessante o filme sim, já vi piores,rs!!!

Beijão!